quinta-feira, 21 de junho de 2007

Temos mesmo que correr?? Pra onde??

Enviado por Juarez Braga (2o. semestre).

O livro e a leitura hoje

Nosso biorritmo individual, influenciado pela aceleração crescente de nossa engrenagem social, antepõe-se ao processo arcaico de ler com a calma necessária para se refletir.

Erlon José Paschoal

Data: 20/06/2007 - Boletim Carta Maior
Nosso biorritmo individual, influenciado pela aceleração crescente de nossa engrenagem social, antepõe-se ao processo arcaico de ler com a calma necessária para se refletir. Há muito, somos contagiados pela impaciência, pela inquietação que exige uma distração cada vez mais intensa, frente a estímulos cada vez mais fortes. A leitura atenta exige uma estrutura temporal específica, contrária à aceleração implacável da Modernidade. Um dos motores deste ritmo acelerado, no que se refere à produção pseudo-artística, é a televisão. Este meio de comunicação fornece ao espectador tudo aquilo de que ele necessita e para o qual ele foi adestrado e condicionado: velocidade, distração, adaptação total dos sentidos da visão e da audição. Peter Schneider, escritor alemão contemporâneo, chega até mesmo a falar em "ditadura da velocidade". E tudo isso fazendo uso de um meio roubado à literatura: a narrativa. Geralmente, a televisão adota a estrutura de uma narrativa com começo, clímax e catarse final. Num ritmo que um leitor jamais conseguiria acompanhar se quisesse ler a mesma história em forma de livro. A leitura do objeto livro e a escrita, segundo muitos estudiosos, têm, por isso, perdido importância junto às novas gerações.

Mas será que alguém que introjetou o modo de recepção da televisão necessariamente tem de sentir tédio ao ler um livro? Sua expectativa pode não ser satisfeita de imediato, pois o livro exige uma outra forma de abordagem, exige o uso da imaginação e da memória, do discernimento e da comparação. Ler, tal como escrever, pressupõe sobretudo o ato de descobrir. A literatura, pois, vive de sua ambivalência: é vida e entretenimento, é aprendizagem de uma maneira de pensar mais diferenciada e puro exercício lúdico.

Heinrich Mann escreveu que "os livros de hoje são os atos de amanhã", daí o seu significado especial enquanto formador da personalidade e da ética humana. Goethe, Schiller e Jean Jacques Rousseau, por exemplo, consideravam o livro um instrumento extremamente eficaz no processo de formação do indivíduo. Goethe, na Alemanha, criou o chamado Bildungsroman (romance de formação), no qual o herói "aprende a viver" num mundo sempre adverso. Schiller reivindicou a ästhetische Erziehung (educação estética), que almejava ensinar por meio da literatura e do teatro as noções básicas da existência, ou seja, a verdade, o bem e o belo. Jean Jacques Rousseau, na França, com sua "Nova Heloísa" e seu "Emílio", compartilhou também ideais semelhantes. Era uma forma de educação do espírito e da sociabilidade.

Jorge Luis Borges considerava o livro uma extensão da memória e da imaginação. Para ele a Biblioteca – um local quase mágico povoado pela imaginação humana – seria a memória da humanidade. Em suas aulas aconselhava os alunos a não lerem críticas, e sim as próprias obras em questão. Talvez compreendam pouca coisa, dizia, mas sentirão um prazer único e estarão ouvindo a voz de alguém, já que cada autor tem a sua voz. E, sobretudo, pedia que lessem somente o que lhes agradasse, afinal a leitura atenta e concentrada é uma das "formas de felicidade".

Os antigos, no entanto, não professavam o culto ao livro. Os primeiros grandes sábios foram mestres orais, tais como Homero, Sócrates e Jesus. A oralidade foi, assim, a base da literatura. Por outro lado, o resgistro das experiências e sonhos no papel convertem-se em algo quase sagrado, um modo de propagar conhecimentos adquiridos de uma geração à outra. Por esta razão, os livros seriam como que verdadeiros milagres.

Para Platão, os livros assemelhavam-se a seres vivos, mas que infelizmente não dão qualquer resposta quando lhes perguntamos algo. Então, talvez para corrigir esta mudez dos livros, ele inventou o diálogo platônico. Ao abrirmos um livro, participamos de uma conversa, iniciada com o surgimento de nossa espécie, da qual tomamos parte compartilhando emoções e sutilezas da alma humana registradas ao longo dos tempos. Mais ainda – somos responsáveis pela continuidade destes elos que nos fazem sentir parte da humanidade. Borges considerava uma de suas principais funções como escritor fazer ecoar o que o mestre Homero disse... "O livro pode estar cheio de coisas erradas, podemos não estar de acordo com as opiniões do autor, mas, mesmo assim, ele conserva alguma coisa de sagrado, algo de divino, não para ser objeto de respeito supersticioso, mas para que o abordemos com o desejo de encontrar felicidade, de encontrar sabedoria".

Para Emerson, nos livros encontram-se os melhores espíritos da humanidade, que esperam o nosso gesto para saírem de sua mudez. W.B. Yeats via o livro como depositário da Grande Memória, razão pela qual ele estaria então na contramão da História, já que os meios de comunicação cultivam o fútil e o efêmero, estimulando o público a não reter nada, a esquecer-se imediatamente de tudo o que acabou de ser visto, algo que amenizaria em parte o peso da realidade. Mas – valem de novo as reflexões de Borges - a arte não foi feita para distrair, mas para ligar (religar) o homem consigo mesmo, com o mundo em que vive, com o universo. Esta é a sua função primordial.

Nesse contexto, como levar o indivíduo a se aproximar da leitura e da escrita; que estratégias seriam eficazes para estimular a prática da oralidade e do texto, base da organização do pensamento e da leitura, recuperando assim a força da palavra? Não se trata aqui de se opor às novas tecnologias, que para muitos conduzirão ao fim de determinados suportes da memória humana, tais como o livro, o quadro, a escultura, o cd etc, mas de integrar-se às novas formas de expressão cultural virtuais e interativas, inserir-se no ciberespaço, nas redes telemáticas e nos hipertextos etc. com conteúdos que privilegiem a palavra, a memória e a reflexão. Seria possível? O tempo de criação e o tempo de fruição tenderiam então a serem simultâneos? São enfim inúmeros os desafios de quem pensa o presente e o futuro em busca de caminhos para compatibilizar as novas mídias com um senso estético apurado, com a reflexão crítica e o exercício pleno da memória e da imaginação.



(*)Erlon José Paschoal é Gerente da Secretaria de Políticas Culturais do Ministério da Cultura e colabora com o 100canais - núcleo editorial de jornalismo cultural independente.

Encontro sobre comunicação, democracia e direitos humanos

ENVIADO PELA ALUNA ANA MARIA UEZ - 2o semestre.

Oi, pessoal! Estou enviando esta notícia que está no
saite do CRP7, pelo menos pra gente saber que isto
está acontecendo! Acho que é importante....

Ana Maria



14/06/2007 - Comunicação
Encontro Nacional de Comunicação - Na luta por
Democracia e Direitos Humanos

Todos os que vêm trabalhando pela pluralidade de meios
e conteúdos na mídia sabem que um novo modelo de
comunicação é condição para avançar na direção da
plena democracia, da inclusão social e da
concretização dos direitos humanos.

Se em todos os campos de atividade o Brasil vive um
tempo de mudanças de paradigma, de participação
democrática e implementação de políticas públicas
modernas, por que no setor de comunicação deveria se
conservar um modelo superado, de características
oligárquicas?

Este é o momento de mudar o modelo da comunicação
social brasileiro. O Congresso Nacional está debatendo
novas leis para o setor. A digitalização e a
convergência de mídias possibilitam novas formas de
emitir e receber mensagens, além de multiplicar por
quatro os canais existentes hoje. Quem será
beneficiado? É hora da sociedade civil e diferentes
órgãos do poder público mobilizarem-se para exigir que
novos atores e novas realidades ajudem a construir uma
comunicação para o Brasil de hoje e de amanhã.

Foi pensando nisso, em especial na organização da
proposta de uma Conferência Nacional de Comunicação
com ampla participação de todos os envolvidos, a ser
negociada com o Governo Federal, que decidimos
realizar, nos dias 21 e 22 (quinta e sexta-feira) de
junho, no auditório Nereu Ramos da Câmara dos
Deputados, o Encontro Nacional de Comunicação – Na
luta por Democracia e Direitos Humanos.

Esperamos por você!

Comissão de Direitos Humanos e Minorias
Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e
Informática
Câmara dos Deputados

Programação
21 e 22 de junho de 2007
Auditório Nereu Ramos – Câmara dos Deputados

Dia 21 - Quinta-feira
9h – Abertura
- Franklin Martins - Ministro da Secretaria Especial
de Comunicação Social
- Paulo Vanucchi - Ministro da Secretaria Especial de
Direitos Humanos
- Deputado Luiz Couto - Presidente da Comissão de
Direitos Humanos e Minorias
- Deputado Júlio Semeghini - Presidente da Comissão de
Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática
- César Britto - Presidente da Ordem dos Advogados do
Brasil
- Celso Schröeder - Coordenador do Fórum Nacional pela
Democratização da Comunicação
- Antonio Fernandes de Souza - Procurador-Geral da
República
- Representantes de organizações da sociedade civil

10h45 - Conjuntura internacional das comunicações
Panorama das principais tendências dos processos
midiáticos em âmbito global, especialmente da
convergência tecnológica e os impactos dessas mudanças
no Brasil.
- Gustavo Gindre – Membro do Comitê Gestor da Internet
no Brasil, coordenador do Núcleo de Pesquisa, Educação
e Formação da Rede de Informações para o 3o Setor
(RITS) e integrante do coletivo Intervozes
- Plínio de Aguiar Júnior - Presidente da Anatel

14h - Comunicação comercial
Situação e perspectivas para a modalidade para a mídia
comercial no País. Aspectos da propriedade e conteúdo
dos meios de comunicação, bem como reflexões sobre o
papel destes meios na garantia do direito humano à
comunicação e na promoção de valores democráticos.
- Venício A. de Lima – Pesquisado do Núcleo de Estudos
em Mídia e Política da UnB
- Maria Rita Kehl – Psicóloga e pesquisadora na USP
sobre conteúdo televisivo
- Daniel Pimentel Slaviero - Presidente da Associação
Brasileira de Emissoras de Rádio e TV – Abert
- Ricardo Knoepfelmacher - Presidente da Brasil
Telecom
- Nascimento Silva - Representante da Fitert –
Federação Interestadual dos Trabalhadores nas Empresas
de Rádio e Televisão

16h30 - Comunicação não-comercial
Cenários da comunicação pública, educativa,
comunitária e estatal no Brasil, entendendo estas
modalidades como formas por excelência de promoção do
direito humano à comunicação.
- Jorge da Cunha Lima - Presidente da Abepec –
Associação Brasileira de Emissoras Públicas,
Educativas e Culturais
- Joaquim Carlos Carvalho – Coordenador Jurídico da
Abraço - Associação Brasileira de Radiodifusão
Comunitária
- José Roberto Garcez - Presidente da Radiobrás
- William França - Diretor da Secretaria de
Comunicação da Câmara dos Deputados
- Orlando Guilhon - Presidente da Associação de Rádios
Públicas Brasileiras - Arpub

Dia 22 - sexta-feira

9h – Plenária: Desafios para as comunicações no Brasil
Propostas para uma Conferência Nacional de Comunicação
a partir dos debates e opiniões das entidades
presentes ao Encontro
Coordenação: Organizações promotoras do Encontro
- Eugênio Bucci – Jornalista e doutor em Ciência da
Comunicação
- Murilo César Ramos – Coordenador do Laboratório de
Pesquisa em Comunicação - UnB

14h – Plenária: Construindo a Conferência Nacional de
Comunicação
Debate das propostas para a Conferência a ser
convocada pelo Governo Federal, incluindo objetivos,
processo, organização, participação e cronograma.
Coordenação: Organizações promotoras do Encontro

17h30 – Encerramento
Apresentação de documento do Encontro ao Governo
Federal, governos estaduais, entidades da sociedade
civil e organizações do setor de comunicações.

O Conselho Regional de Psicologia do RS e o Conselho
Federal de Psicologia apóiam este Encontro!

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Licitação para serviço de fotocópia

Para informação de todos, saiu hoje no site da UFSM, a licitação para a oferta de serviço de fotocópia no CAFW e no Cesnors.
Mais informações no link Licitações do portal www.ufsm.br.

quarta-feira, 13 de junho de 2007

Semana do Cesnors - 20 a 26/7

Como já comentado nas turmas e com os professores, de 20 a 26/7 acontece a Semana do Cesnors, em comemoração ao 2o. aniversário de criação do Centro de Educação Superior Norte-RS, que ocorreu em 20 de julho de 2005.

A programação até o momento está assim:

Dia 20/7 - Aula inaugural com presenças de autoridades do governo federal, estadual e de municípios da região, entre outras
- Inauguração do prédio do Cesnors em Frederico e em Palmeira das Missões

Dia 23/7 - Programação conjunta dos cursos em cada unidade (FW e Palmeira)

Dia 24/7 - I Seminário de Jornalismo

Dias 25 e 26/7 - I Seminário de Atualiação em Agronomia e Engenharia Florestal

A programação do seminário de Jornalismo está sendo fechada nos próximos dias. Se tiver sugestões, envie para o blog do curso, para o email chmoraes@hotmail.com ou entre em contato pessoalmente com a professora Caroline Casali ou comigo.

Lembrando que no dia 26/7 o curso de Jornalismo irá participar do Seminário Adelmo Genro Filho em Santa Maria.

Seminário Adelmo Genro Filho - dia 26/7

Estão abertas as incrições junto aos representantes do Diretório Acadêmico de Comunicação para o Seminário Adelmo Genro FIlho, que acontece na UFSM em Santa Maria.
É necessária inscrição prévia para organização do transporte dos estudantes para a viagem. Além do seminário está sendo organizadao o I Encontro dos Estudantes de Jornalismo UFSM-UNIPAMPA

Programação provisória:

SEMINÁRIO ADELMO GENRO FILHO

I ENCONTRO DOS ESTUDANTES DE JORNALISMO UFSM-UNIPAMPA

Promoção: Intercom/ Programa Volver/PETCOM e Mestrado em Comunicação Midiática

Data: 26/07/07 - quinta-feira

Almoço em algum local da cidade (por adesão) com todos os acadêmicos e professores.

13h30min ou 14h: início das palestras

PROGRAMAÇÃO (provisória):
- Apresentação Quem foi Adelmo
- Painel: Tattiana Teixeira (professora da UFSC, editora da revista Pauta Geral); Pedro Luiz Osório (UNISINOS), Elias Machado (presidente da Sociedade Brasileira de Pesquisa em Jornalismo, professor UFSC).
- Lançamento de livros dos professores UFSM e painelistas.
- Encerramento com o professor Antonio Fausto Neto (UNISINOS/UFSM), sobre as perspectivas de pesquisa em comunicação no Brasil.

Local: Auditório do CCSH (centro da cidade - antiga reitoria).
Término previsto: 18h. (retorno para Frederico Westphalen)