sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Registro de ACGs

Todas as Atividades Complementares entregues na coordenação foram registradas no currículo dos alunos. Para facilitar o trâmite das ACGs, a partir de 2010, foi criado um novo modelo de solicitação, no qual os estudantes podem pedir mais de um tipo de atividade no mesmo documento. Lembrando sempre que é preciso anexar os comprovantes. Estará à disposição, na secretaria do curso, a partir de março, as ACGs ainda não contabilizadas por falta de documentos. O mais comum é a atividade da Agência de Notícias sem cópia da matéria realizada e também solicitações de projeto de pesquisa sem certificado e sem relatório final da pesquisa (itens obrigatórios conforme a Resolução 022/99). No mais, continuam valendo as regras de ACG divulgadas na página do curso, onde ficará disponível o novo modelo de solicitação. Atentem para os prazos já divulgados para registro em 2010/1.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

O ataque da mídia

LEITURAS DO ESTADÃO - A Constituição ameaça a mídia? Por Venício A. de Lima em 21/1/2010
Achei muito bom este texto, claríssimo sobre os interesses da grande mídia
Leiam este trecho:
A matéria reproduz ainda, separadamente, trechos que considera "polêmicos" no documento-base. Além dos três "ataques" já mencionados, inclui outro, sob o título "Controle social da mídia", que se refere especificamente às "TVs e rádios públicas".
Temos aqui a curiosa situação em que o "ataque" do governo, segundo o Estadão, se dá não em relação à radiodifusão comercial, mas à radiodifusão pública. Quem senão o público deve exercer controle sobre a radiodifusão pública?

Aqui também é esclarecedor:
Quem ameaça quem?
Os "ataques" do governo à mídia, identificados pela matéria do Estadão no documento-base da 2ª Conferência Nacional de Cultura (que ainda sequer se realizou), repercutidos nos outros jornalões, referem-se à regulamentação de normas constitucionais, como é absolutamente simples de constatar.
O mesmo tipo de situação aconteceu em relação às propostas aprovadas na 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom) e às diretrizes do III Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH) – ver, neste Observatório, "A mídia contra a Constituição"). No último fim de semana, as revistas semanais foram unânimes em condenar o que consideram "controle da mídia" e "atropelamento da Constituição" pelo III PNDH.

Mais essa, direta:
É de se perguntar, portanto, quem ameaça quem? É o governo – ou seria a sociedade civil que se reúne em conferências? – que ameaça a mídia ou é a mídia que considera alguns dispositivos da Constituição uma ameaça a seus interesses e ataca, como vem acontecendo nos últimos 21 anos, qualquer tentativa de sua regulamentação?

Link da matéria completa

sábado, 16 de janeiro de 2010

Cuidado com o twitter

Twitter e redes sociais exigem cuidados redobrados de apuração
14/01/2010 | Izabela Vasconcelos - Comunique-se

Cada vez mais frequente em matérias e reportagens, o uso do Twitter e das redes sociais pode tanto ser um aliado, como um inimigo do jornalista. Para especialistas em mídias digitais, o cuidado na apuração com o uso dessas ferramentas deve ser reforçado.
“Temos que manter cuidado de sempre, mas o jornalista que trabalha na internet tem que ser ainda mais precavido”, afirma Tiago Dória, jornalista e blogueiro do IG, especialista em mídias digitais. Para ele, veículos como o caderno Link do Estadão e CNN, dominam o uso do microblog como ferramenta de informação. “Eles fazem apuração, contato com a fonte e internautas e cobertura ao vivo”, destaca.
Bruno Rodrigues, especialista em webwriting e consultor da Petrobras, vê que a web 2.0 impôs alguns desafios aos jornalistas. “Antes os jornalistas procuravam por fontes confiáveis, reconhecidas no mercado, mas quando surgiu a web 2.0 apareceram também os ‘super jornalistas’, blogs e páginas na internet. Mas o conselho é sempre procurar uma fonte reconhecida no mercado e levar em conta a premissa do jornalismo, a apuração”.

Fakes e informações falsas
O caso de fakes no Twitter já chegou a incomodar até o Ministério Público, que investigou se Suzane von Richthofen, presa pelo assassinato dos pais, havia criado uma conta na rede, já que o nome e foto dela constavam no microblog. Após investigação, foi constatado que o perfil era falso.
Por causa do grande número de fakes, o Twitter passou a disponibilizar um selo de autenticidade para usuários famosos, após comprovar a identidade do perfil. O selo “Verified Account” está disponível em algumas páginas de celebridades nos Estados Unidos. No Brasil, alguns famosos contam com o selo, como Marcelo Tas, Willian Bonner e Luciano Huck.
O pesquisador Juliano Spyer, autor dos livros “Conectado” e “Tudo o que Você Precisa Saber sobre Twitter (Já Aprendeu em uma Mesa de Bar)”, dá algumas dicas para identificar as informações e fontes confiáveis na rede. “É importante ver quem esta pessoa (fonte) está seguindo, quem a segue, se tem um vínculo social com a pessoa que segue e que tipos de mensagens a pessoa deixa”. Spyer diz que os perfis falsos, conhecidos como fakes, têm algumas características particulares, com uma agenda definida, orientada por temas humorísticos ou políticos.
Para ele, o mundo virtual tem muito a ver com os relacionamentos pessoais. “Se eu tenho dúvida, esclareço com meus amigos para ver se a mensagem chegou de uma fonte confiável. Mas se você segue muita gente que não conhece, você pode acabar confiando em uma informação falsa. É como ser amigo de todo mundo”, adverte.
Nesta semana, um caso que gerou repercussão na web foi a da reportagem da rádio Jovem Pan AM/SP, que se baseou em perfil falso da apresentadora Hebe Camargo.
Sobre o incidente, o pesquisador diz que também já se viu "enganado" pela rede. “Já passei pra frente uma mensagem de um spam acreditando que era verdadeira. Acontece quando a pessoa não está acostumada com os sinais sociais dessa rede”, conclui.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Sobre os direitos humanos, do OI

ANJ primeiro atira, depois pergunta quem vem lá
12/01/2010 | Alberto Dines - Observatório da Imprensa
O estado de espírito recomendável para a imprensa – grande ou pequena – é o de alerta. Não é por acaso que um dos primeiros periódicos editados no Brasil (1822) ostentava o título de Sentinela da Liberdade. Na verdade o bravo baiano Cipriano Barata editou diversas Sentinelas, à medida que eram fechadas ou ele trancafiado.
Vigilância é uma coisa; dedo no gatilho, outra.
Nossa imprensa não se tocou com a Conferência Nacional de Direitos Humanos, realizada em dezembro de 2008, que desenhou o arcabouço do 3º Programa Nacional de Direitos Humanos. E quando este foi lançado, em 21 de dezembro de 2009, os porteiros (e porteiras) das redações estavam mais interessados na aparência de Dilma Rousseff (que aparecia pela primeira vez sem peruca) do que no teor do programa.
Trabalho escravo
As primeiras matérias pretendiam apenas exacerbar as naturais divergências entre a área militar encabeçada pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, e as entidades e militantes dos direitos humanos em torno da chamada Comissão da Verdade – para apurar violências e crimes cometidos durante a ditadura. Na verdade não se tratava de criar a comissão, mas um grupo de trabalho para propor ao Legislativo a sua constituição. Aliás o nome é rigorosamente impróprio: não existe verdade, existe a busca da verdade. Jornais deveriam estar atentos a estas sutilezas.
De repente, irrompem a galope as corporações empresariais da mídia comandadas pela intrépida Associação Nacional de Jornais (ANJ) e subvertem um debate sério e grave que a sociedade brasileira finalmente parecia disposta a encarar. A Joana D´Arc das liberdades considera mais importante pinçar do 3º PNDH sugestões e indicações de propostas que vinculam conteúdos da mídia (eletrônica) a violações de direitos humanos do que punir torturadores. Passa-se uma borracha nos Anos de Chumbo e cria-se um factóide preventivo.
A edição do Estado de S.Paulo de sábado (9/1) é exemplo de uma cruzada enganosa empreendida principalmente pelos jornalões paulistanos. "Plano de Direitos Humanos provoca onda de protestos", berrou a manchete da capa. Na página interna (A-4): "Igreja e até ministro de Lula reagem ao programa de Direitos Humanos".
É capciosa a laranjada que procura justificar o título: a igreja católica tem sido intransigente na apuração dos crimes cometidos pelos órgãos de segurança durante o regime militar. Discorda do 3º PNDH numa das sugestões secundárias: banir símbolos religiosos do interior de instalações públicas para garantir a laicidade e isonomia do Estado (tal como já aconteceu na Espanha, país mais católico do que o Brasil).
O ministro que contestou o programa foi o da Agricultura, Reinhold Stephanes, que, como todos sabem, esqueceu a agricultura como um processo multifacetado e multifuncional para tornar-se porta-voz da ala dos ruralistas. Esqueceu que trabalho escravo é violação de direitos humanos.
Primeiro indício
Os repórteres não têm culpa, quando a ANJ sopra as trombetas vale tudo: a matéria do Estadão (que naquela data completava 162 dias sob censura judicial) é um paradigma de manipulação. O mais importante e mais original está escondido e mutilado no pé da página: uma entrevista do cientista político Paulo Sérgio Pinheiro, autoridade mundial e relator da ONU, que relata a história dos três planos nacionais de direitos humanos desde 1996, no primeiro mandato de FHC, todos igualmente amplos e multidisciplinares, coerentes com as concepções internacionais. Título: "Especialista defende abrangência do plano e diz que Lula e FHC acertaram" (ver aqui, para assinantes).
Quando jornalismo era profissão valorizava-se o que era novo. Agora os manuais de jornalismo são redigidos pelos luminares da ANJ.
Quem teve a ousadia de vincular baixaria televisiva com violação de direitos humanos foi o jurista José Gregori, então Secretário Nacional de Direitos Humanos. Promovido a ministro da Justiça, Gregori manteve a rigorosa postura. As empresas de TV tentaram espernear, mas calaram-se: o governo estava estribado no artigo 220 da Constituição, que exige a classificação da programação televisiva de acordo com a faixa etária.
A ANJ já existia, já era um lobby industrial em defesa de interesses setoriais como outro qualquer, porém discretamente, com alguma prudência. Não menosprezava a razão social das empresas afiliadas, procurava ser uma entidade "jornalística". Agora perdeu a compostura, desembesta ao primeiro indício de contrariedade. Como não dispõe de um quadro de consultores especializados, confia nas "sentinelas" da grande imprensa. E estas – por cansaço ou sob o efeito do mormaço estival – primeiro atiram e, depois, perguntam quem vem lá.