quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Fenaj apóia mudança na Lei de Imprensa


Vale a pena ler editorial no site da FENAJ sobre o debate em torno da suspensão, pelo STF, de 20 dos 77 artigos da Lei de Imprensa.


Nossa Opinião 26/02/2008 | 12:52
Por um nova Lei de Imprensa
A suspensão, pelo Superior Tribunal Federal, em caráter preliminar, de 20 dos 77 artigos da Lei 5.250/67, a Lei de Imprensa, reabre o debate sobre a responsabilidade dos veículos de comunicação e dos jornalistas para com a liberdade de imprensa, de opinião e de informação no País. Dentre os artigos suspensos estão os que permitem censura a espetáculos e diversões, a apreensão e fechamento de jornais e também o que vedava ao jornalista a prova da verdade, quando o envolvido é “ alta autoridade”. A suspensão dos artigos, alguns em desuso, por contrariar norma constitucional, já que a lei de Imprensa é anterior a Carta Magna de 1988, é bem vinda e evita inclusive o risco de condenações injustas, em diversos processos que tramitam no Judiciário.

O desenvolvimento social e político do País exige regras legais democráticas para as práticas sociais da mídia. A importância que a informação tem na sociedade requer uma legislação específica, pois aqui não se trata apenas de corrigir erros da imprensa, mas garantir o direito constitucional da informação a todos, respeitando-se a diversidade e a pluralidade de opiniões. Trata-se também de garantir autonomia ao trabalho dos jornalistas, para que estes possam oferecer liberdade de imprensa plena. Por outro lado, não se trata tão somente de crimes de calúnia, injúria ou difamação, como reduzem alguns, mas também da publicação de matérias inverídicas, ou da omissão, mesmo que não se acuse alguém.

Proteger o cidadão deve ser um dos pilares de uma Lei de Imprensa democrática, por isso o direito de resposta ou retificação, deve ser desburocratizado e ágil. A criação de canais de participação do público e de solução de conflitos também deve estar presente nesse novo escopo legal.

A intervenção do judiciário se justificou pela omissão do Legislativo. A necessidade de uma nova lei de imprensa foi inspiração para diversos projetos de lei em tramitação na Câmara dos Deputados, desde 1991, sendo que, um relatório final, de autoria do deputado Vilmar Rocha (DEM-TO), aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça, após intensos debates com a sociedade, dormita desde 1997 nas gavetas da Mesa da Câmara, aguardando inclusão na pauta de votações.

A Federação Nacional dos Jornalistas, no último congresso nacional da categoria, realizado em 2006, em Ouro Preto, havia detectado a necessidade de uma campanha nacional pela aprovação da nova lei. O relatório Vilmar Rocha (projeto de lei 3.232/92), revoga a lei anterior e apresenta inúmeras inovações, dentre elas:
- veda a apreensão de publicações ou suspensão de transmissões de rádio ou tv;
- agiliza o direito de resposta – se antes o reclamante, estava sujeito a infindáveis recursos judiciais que postergavam seu direito, pela nova proposta o prazo máximo, para o Judiciário expedir e fazer cumprir a sentença é de 7 dias úteis;
- pluralidade – exige que os veículos observem o registro das diversas posições existentes em fatos que envolvam polêmica;
- autonomia para o jornalista – junto com o direito de assinar matéria, o jornalista também tem o direito de retirar assinatura, quando julgar que seu trabalho tenha sofrido modificação no processo de edição, que altere sua essência;
- Serviço de Atendimento ao Público – tornando os veículos mais acessíveis aos cidadãos que poderão recorrer diretamente ao veículo resolvendo-se antecipadamente problemas que seriam levados à esfera judicial (uma espécie de tribunal de conciliação, tão comum em outras áreas);
- matéria paga – estabelece regras de transparência para este tipo de veiculação;
- acaba com a prisão – as penas de cerceamento da liberdade para os delitos de imprensa, foram convertidas em prestação de serviços à comunidade. A pena de prisão pode ser usada somente para os casos nos quais o condenado deixa de cumprir a pena de prestação de serviços;
- delimitação de pena financeira – atendendo a reivindicação do próprio empresariado, o projeto de lei estabelece o princípio da solvibilidade da empresa, evitando que uma pena ilimitada leve ao fechamento do veículo.

Se o Congresso Nacional tivesse aprovado esta lei há 10 anos, com certeza não estaríamos ainda sendo julgados sob a ótica autoritária da lei 5.250-67. Poderíamos agora estar discutindo novas medidas para democratizar a comunicação brasileira e adaptando-a às novas tecnologias que batem à nossa porta.

Aloísio Lopes
Diretor de Relações Institucionais da FENAJ

Jornalismo em alta!

SÃO PAULO - O curso de Jornalismo é o mais concorrido do Vestibular 2008 da universidade de São Paulo (USP). Segundo dados divulgados pela Fuvest nesta segunda-feira, 12, serão 41,63 candidatos para cada uma das 60 vagas do curso. No segundo lugar aparece Publicidade, com relação candidato/vaga de 41,02, e em terceiro Relações Internacionais, com 36,88. Medicina ficou com o quinto lugar, com 33,99 candidatos por vaga. Apesar disso, o curso teve o maior número de inscrições neste ano, com 12.973 estudantes. Na segunda posição, aparece o bacharelado em Direito, com 11.309 candidatos, seguido pelo curso de Engenharia na Escola Politécnica, com 10.917.
Ao todo, 140.999 pessoas se inscreveram para disputar as 10.302 vagas da USP, cem da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e 150 da Academia de Polícia Militar do Barro Branco.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Informe sobre Matrículas!

Pessoal.
Aviso a todos que perderam o prazo, para que entreguem na coordenação ofício justificando a perda do prazo e solicitando abertura de prazo para a solicitação da matrícula. Nosso esforço será para que nenhum dos "atrasados" perca da vaga. Vamos encaminhar o pedido do curso todo no final desta semana, por isso peço que providenciem o documento o quanto antes!

Tese premiada

Para quem tem interesse na premiação da Capes para as melhores teses, confira o resultado do concurso. Na área de Ciências Sociais Aplicadas I, a premiada foi Adriana Andrade Braga, com a tese "Feminilidade mediada por computador: interação social no circuito-blogue", com orientação de José Luis Warren Jardim Gomes Braga, do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação da Universidade do Vale do Rio dos Sinos. Parabéns pelo trabalho.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Congresso História da Mídia

O VI Congresso Nacional de História da Mídia, promovido pela Rede de Pesquisadores de Memória da Imprensa e a Construção da História da Mídia no Brasil (Rede Alfredo de Carvalho), em parceria com a Universidade Federal Fluminense (UFF), abre Chamadas de Trabalhos. O Congresso ocorre de 13 a 16 de maio, em Niterói (RJ).

GRUPOS TEMÁTICOS (GTs)- Poderão inscrever-se nos Grupos Temáticos as seguintes modalidades de trabalhos:
a) Comunicações Científicas - CC (artigos escritos por docentes,pesquisadores e/ou estudantes de pós-graduação):
b) Iniciação Científica - IC (trabalhos produzidos por estudantes dos cursos de graduação);
c) Memórias de experiências ou Depoimentos de especialistas - MD (textos produzidos pelos profissionais ou empresários que atuaram como testemunhas oculares da história da mídia ou das respectivas profissões)

CALENDÁRIO:
Envio dos Resumos: de 15 de janeiro a 15 de março
O resumo deverá conter aproximadamente entre 10 e 15 linhas e apresentar, no início, título, nome do autor, titulação ou graduação, instituição a que pertence, unidade de federação, endereço digital e Grupo Temático escolhido. Depois de preencher a ficha disponível no site do evento, enviar para o endereço eletrônico do coordenador do GT (com cópia para mcb1@terra.com.br) a que se destina, aguardando confirmação de recebimento.
Divulgação do aceite: Os aceites serão enviados na medida em que os resumos forem sendo avaliados pelos comitês temáticos indicados pelos respectivos coordenadores,
até o dia 30 de março.
Envio dos Textos Completos: até 15 de abril.
Serão aceitos exclusivamente os trabalhos cujos autores comprovarem o pagamento prévio da inscrição no Encontro 2008.

Na página do Intercom há mais detalhes.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Mobilização pela TV Pública

Com o título, TV Pública: uma necessidade democrática, várias entidades afirmam a verdadeira idéia de uma televisão pública para o Brasil. Este manifesto é divulgado em função da votação da MP 398/07 que cria a Empresa Brasil de Comunicação, gestora da TV Pública brasileira. É fácil perceber o quanto já se lutou para chegarmos a este patamar e o quanto ainda será preciso lutar para que os ideiais sejam preservados, caso contrário de nada adiantará ter "mais um canal" a serviço de quem tem poder, dinheiro e glória em nosso país.

Leia a íntegra:
TV PÚBLICA: UMA NECESSIDADE DEMOCRÁTICA
As entidades abaixo-assinadas, diante da iminente votação da MP 398/07, que cria a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), gestora da TV Brasil e espinhadorsal do sistema público de comunicação, afirmam: 1. Ratificamos nosso apoio à criação da EBC, na expectativa de um sistema público de comunicação, ressaltando sua importância para a democracia brasileira e sua necessidade para a consolidação da comunicação como direito social e humano.
2. Diferentemente das principais democracias consolidadas no mundo, quecontam com um sistema público de radiodifusão, o Brasil até hoje não deuesse passo necessário.
3. Defendemos que a nova TV Pública deve ser uma referência para as demais televisões no que diz respeito à qualidade da programação e aoestabelecimento de mecanismo de participação e envolvimento da sociedade nasua gestão, produção e programação, bem como no encaminhamento de críticas esugestões pela população. 4. Entendemos que a TV Pública deve manter independência tanto em relaçãoaos governos como ao mercado, produzindo conteúdo de interesse público,sintonizada com as necessidades da sociedade.
5. Ressaltamos que a TV pública deve considerar o cenário de convergência tecnológica, buscando formas de agregar à sua rede uma oferta de serviçosdigitais, viabilizando a inclusão social.
6. Repudiamos as tentativas de desqualificação da TV Pública que tentam obstaculizá-la ou retirar-lhe as prerrogativas indispensáveis para o seu bom desempenho, cerceando a pluralidade da sua programação e a busca de fontes de financiamento não governamentais.
7. Por tudo isso, defendemos a aprovação da Medida Provisória 398/07,entendendo que ela é o primeiro passo na direção da criação do sistemapúblico de comunicação no Brasil.
8. Reivindicamos, todavia, o aperfeiçoamento da MP, mediante a consideração das contribuições formuladas pela sociedade civil, movimentos sociais, movimentos que lutam pela democratização da comunicação, pesquisadores e trabalhadores da comunicação. Tais contribuições dizem respeitoespecialmente aos conceitos de gestão, programação e financiamento, de modo a aperfeiçoar o caráter público da EBC e da TV Brasil e garantir sua continuidade nos governos futuros.
9. Por fim, afirmamos que estamos mobilizados para defender a implantação daTV Pública brasileira.
Brasília, 13 de fevereiro de 2008. Comissão de Mobilização pela I Conferência Nacional de Comunicações
1)FNDC – FÓRUM NACIONAL PELA DEMOCRATIZAÇÃO DA COMUNICAÇÃO 2) MNDH – MOVIMENTO NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS 3) FENAJ – FEDERAÇÃO NACIONAL DOS JORNALISTAS 4) CUT – CENTRAL ÚNICA DOS TRABALHADORES 5) CFP – CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA 6) ABCCOM – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CANAIS COMUNITÁRIOS 7) CDHM – COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS E MINORIAS DA CÂMARA DOS DEPUTADOS 8) SUBCOMISSÃO DE TV E RADIODIFUSÃO DA COMISSÃO DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA,COMUNICAÇÃO E INFORMÁTICA 9) INTERVOZES – COLETIVO BRASIL DE COMUNICAÇÃO SOCIAL 10) FITERT – FEDERAÇÃO INTERESTADUAL DOS TRABALHADORES EM EMPRESAS DE RÁDIOE TELEVISÃO 11) LAPCOM-UNB – LABORATÓRIO DE PESQUISA EM COMUNICAÇÃO - UnB 12) ABRAÇO – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE RADIODIFUSÃO COMUNITÁRIA 13) PROCURADORIA FEDERAL DOS DIREITOS DO CIDADÃO - MINISTÉRIO PÚBLICOFEDERAL 14) AMARC-BRASIL – ASSOCIAÇÃO MUNDIAL DAS RÁDIOS COMUNITÁRIAS 15) ENECOS – EXECUTIVA NACIONAL DOS ESTUDANTES DE COMUNICAÇÃO SOCIAL 16) MST – MOVIMENTOS DOS TRABALHADORES RURAIS SEM TERRA 17) ARPUB – ASSOCIAÇÃO DAS RÁDIOS PÚBLICAS DO BRASIL 18) CAMPANHA QUEM FINANCIA A BAIXARIA É CONTRA A CIDADANIA 19) OAB – ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL.

Concurso para professores UFSM/Cesnors

Estão abertas as inscrições para concurso público para docentes do Cesnors/UFSM em diversas áreas. Para o curso de Jornalismo, são três vagas: Jornalismo Digital, Radiojornalismo e Telejornalismo. Este concurso está selecionando para a classe de professor Assistente, com titulação mínima de Mestre. O edital completo pode ser acessado em Editais, na página www.ufsm.br.

Intercom Sul - inscrições abertas

A Intercom informa que as inscrições para os congressos regionais 2008 estão disponíveis no site da Intercom.
Região Sul, período de inscrição 04/02 a 05/05/2008: clique aqui.

Revista da UFBA recebe trabalhos

A Contemporanea - Revista de Comunicação e Cultura, uma publicação semestral do Programa de Pós-graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas (UFBa), está recebendo ensaios, artigos, entrevistas, atualizações bibliográficas, resenhas de livros de pesquisadores da área de estudos da comunicação e de áreas afins para seu próximo número, a ser lançado em junho de 2008.

A revista Contemporanea visa a divulgação de pesquisas nacionais e internacionais na sua área de interesse e aceita trabalhos inéditos para publicação, com predileção por abordagens contemporâneas dos fenômenos comunicacionais. Seu interesse localiza-se nas questões do enlace entre a cultura e as novas formas, linguagens e processos da comunicação mediática. Em janeiro de 2008, com novos editores, a revista apresentou uma reformulação visual e editorial tendo em vista uma adaptação às novas demandas da área.

Serão aceitos textos inéditos em Português, Inglês, Francês e Espanhol. Estes serão avaliados, sem identificação, por dois membros do Conselho Editorial.

O original deverá ser submetido exclusivamente via Sistema de Revistas Eletrônicas Revcom. Após a recepção do material, os editores responsáveis entrarão em contato visando confirmar os procedimentos iniciais do processo de submissão.

Data final para o envio de originais: 10 de março de 2008.
As normas de publicação estão listadas aqui.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Matrículas 2008/1

Caros alunos,
Estou recebendo várias dúvidas na coordenação sobre o procedimento para a solicitação de matrícula via web. Então, aqui vai um esquema básico sobre o tema. O prazo vai até 24 de fevereiro. No dia 28/2, o sistema reabre para que os próprios alunos façam ajustes.

1 - Acesse o portal www.ufsm.br
2 - Clique no LINK Portal do Aluno (à direita na home)
3 - Entre com seu login e senha (matrícula e data de nascimento)
4 - Selecione o período - 3o. ou 4o. e marque as disciplinas (marque os laboratorios A e B para não correr o risco de indeferir por falta de vagas).
5 - Entre em - Período Indeterminado para selecionar as DCGs
6 - Coloque em ordem de prioridade a sua matrícula (aqui vc ordena a preferência, por exemplo, em cursar os laboratórios na turma A - neste exemplo ficaria Laboratório de Radio I A em primeiro e depois Lab. de Rádio I B....)


Qualquer outra dúvida estou na universidade, pela manhã. Façam contato pelo MSN ou e-mail, telefone ou pessoalmente. Abraços

Entrevista Faccioli

É bom ler sobre a paixão pelo Jornalismo. Em forma de entrevista fica ainda mais agradável.

"O que eu falo é o seguinte: ninguém está jornalista, mas sim é jornalista. É 24 horas. Tem de se doar o tempo todo. Jornalista não tem hora, nem lugar. Então, você tem de abraçar essa causa. Mas é apaixonante." (Faccioli)

Entrevista feita pela Catho Online

LUCIANO FACCIOLI - PAIXÃO PELO JORNALISMO

Letícia Fagundes

Ele tem 42 anos, 23 dos quais dedicados ao Jornalismo. Luciano Faccioli é conhecido pelo jeito espontâneo e pelo vozeirão inconfundível.

Atualmente, o jornalista trabalha exclusivamente para a TV Record, onde apresenta pela manhã o "SP no Ar" e também é repórter. Mas a maior parte da carreira foi passada no rádio, sua mídia preferida por causa "imediatismo" com que atinge o público.
Foram 21 anos focados em futebol, também uma paixão. Porém, Faccioli agora está voltado para o jornalismo geral, mais especificamente na prestação de serviços. E garante ser muito feliz por poder usar a profissão para ajudar as pessoas.

Faccioli afirma ser na televisão exatamente o que é pessoalmente. Diz ter aversão a sensacionalismo e, para quem quer ser jornalista, avisa que a profissão é apaixonante, mas é para quem quer ficar 24 horas no ar. "Ninguém está jornalista, mas sim é jornalista."

Entre uma reportagem e outra, Faccioli atendeu o Jornal Carreira & Sucesso e falou um pouco mais sobre a carreira de mais de 20 anos.

Jornal Carreira & Sucesso: Antes de ser jornalista, você foi bancário. Como mudou assim, da água pro vinho?
Luciano Faccioli: Na realidade, antes de ser bancário eu fui gerente de uma loja em Vicente de Carvalho, no Guarujá. Eu já fazia faculdade de Jornalismo. Aí, então, eu trabalhei em banco para pagar a faculdade e ajudar em casa. Mas eu sempre quis a área de Comunicação. Na Copa do Mundo de 86, o Brasil jogava por volta de 15h15, 15h30. Eu pedia pra minha gerente para sair mais cedo, mas mesmo assim eu não conseguia me concentrar. Aí fui mandado embora. Eu fui o funcionário demitido mais feliz da vida.

C&S: Como começou no jornalismo?
Faccioli: Minha primeira atividade na área foi em 1986. Ninguém me dava oportunidade e eu paguei e comprei o horário da Rádio Clube de Santos, uma que o Pelé era um dos donos. Eu comecei fazendo um programa infantil. O nome do programa era "Viva Criança". Dessa rádio eu fui contratado por uma outra rádio, chamada a Tribuna de Santos. Daí eu não saí mais do rádio.

C&S: Logo no início da carreira, você partiu para o jornalismo esportivo. Foi uma escolha ou um destino?
Faccioli: Eu sempre gostei de futebol. Eu sou torcedor do Santos. Meu pai me levava muito na Vila Belmiro para assistir aos jogos. Então, sempre gostei mesmo. Mas a maior oportunidade que eu tive em esporte foi quando eu fui convidado para trabalhar na Jovem Pan. Foi em 1990 e fiquei até 2001, sempre fazendo futebol. Dos meus 23 anos de carreira, 21 foram voltados para o futebol.

C&S: Você ficou muito tempo no esporte, mas desde o programa "Tudo a Ver", da TV Record, mudou de área. Passou a fazer reportagens gerais, mais ligadas a denúncias, investigações. Gosta desse assunto?
Faccioli: Eu fui contratado pela Record para substituir o Milton Neves no "Debate Bola", quando ele foi apresentar o "Cidade Alerta". Ele me ajudou muito. Mas outra pessoa que me ajudou muito foi o Paulo Henrique Amorim, que me chamou para fazer um quadro no "Tudo a Ver", voltado para o entretenimento, denúncias, prestação de serviços. O quadro chamava "Assim Não Dá". Deu para ajudar muita gente, comunidades, principalmente quando envolvia falta de transporte público, saneamento básico. Infelizmente, as coisas só funcionam sob pressão. Então a gente ia lá, denunciava o problema e o poder público resolvia. Sobretudo se fosse ano de eleição, né? Eles são caras-de-pau mesmo. Mas eu me sentia muito feliz em ajudar um pouco. Usar o Jornalismo para prestar serviço é muito bom. Então, eu não tenho saudade de cobrir esporte.

C&S: Qual o limite para não virar jornalismo sensacionalista. Você tem essa preocupação?
Faccioli: Tenho verdadeira aversão a quem explora a pobreza, o crime. Aqueles colegas de profissão que fazem com o que o cara que morreu com cinco tiros tenha morrido com 50. Não gosto de quem trabalha assim. Sensacionalismo, eu estou fora. Se por acaso me pedirem para interpretar alguma coisa, não vai ser comigo. Eu sou jornalista, relator de fatos, formador de opinião, com muito orgulho. Eu não interpreto. No núcleo de dramaturgia da TV tem muito bom ator e atriz. Eu não sou ator. Sensacionalismo, comigo, não.

C&S: Você faz muito ao vivo, narra os fatos que vão acontecendo no momento. Cobrir o inesperado te agrada?
Faccioli: Adoro. Eu prefiro 1 milhão de vezes fazer ao vivo do que gravar. Se tiver um buraco no ar, por exemplo, e me pedirem para comentar 10 minutos, eu faço. Eu brinco que, quando criança, além de comer bastante, eu tomei muita sopa de letrinhas (risos). Então, no ao vivo eu me garanto. A adrenalina do ao vivo é muito legal. Eu sou muito ansioso e gosto de ver a notícia vindo e já indo no ar.

C&S: Talvez por isso goste tanto de rádio e TV? São suas mídias favoritas?
Faccioli: São sim, porque são imediatas. Eu gosto de rapidez. O rádio então é maravilhoso. Você vai descrevendo algo que a pessoa não está vendo, é muito bom. Agora eu estou afastado do rádio, mas eu já quero voltar.

C&S: A rotina de um jornalista é muito agitada. Na verdade, não há rotina. Dá para conciliar o jornalismo com a vida pessoal?
Faccioli: Eu sou 220 na tomada. Se eu tiver que dormir pouco para conciliar minha profissão com meus compromissos pessoais, não tem problema. Eu não me privo de nada.

C&S: Numa ocasião, você chegou a passar mal durante um programa ao vivo. Você acha que aquilo te influenciou no sentido de tentar diminuir o ritmo?
Faccioli: Eu sou diabético e tive uma descompensação enquanto apresentava o "SP no Ar". Deu um mal estar e eu achei que ia cair no estúdio. Aí eu chamei uma colega que entrava do helicóptero e ela passou a chamar as reportagens. Bom, eu fui para o hospital e fiquei uma semana internado. Eu tenho 42 anos e sei que me cuido, mas não como deveria. A internação foi um aviso, sim. Fiz algumas mudanças depois do que aconteceu. Senão a casa cai, né? (risos)

C&S: Como você vê o Jornalismo de quando você começou, na década de 80, e o de agora?
Faccioli: Está muito melhor agora. Com o avanço da tecnologia, a facilidade que as pessoas têm de obter informação, essa questão democrática de cada um assistir ao que quer, está muito melhor! A Internet, os canais a cabo, a quantidade de empresas de comunicação, melhorou muito tudo isso. Hoje em dia, por exemplo, talvez eu não precisasse comprar aquele horário que eu comprei na Rádio Clube de Santos quando comecei.

C&S: Tem mais espaço?
Faccioli: Mais espaço, mas também é mais concorrido. Hoje, todo profissional tem de se diferenciar em alguma coisa. Tem de falar idiomas, ser versátil, tem de ter diferencial. As empresas também oferecem maior qualidade para os profissionais atualmente. É claro que para quem quer pagar salário de fome e usar profissionais meia-boca também é um prato cheio. Mas, em geral, está melhor, sim.

C&S: Qual o recado para as pessoas que querem seguir na carreira?
Faccioli: Eu vou muito em faculdade e gosto de mostrar como é o dia-a-dia da profissão. O que eu falo é o seguinte: ninguém está jornalista, mas sim é jornalista. É 24 horas. Tem de se doar o tempo todo. Jornalista não tem hora, nem lugar. Então, você tem de abraçar essa causa. Mas é apaixonante.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Artes gráficas

Aproveitando a onda das "dicas", vale muito a pena checar o blog dos artistas da revista Época. Lá é possível ver como é o processo de criação das capas, até mesmo das versões anteriores à final e de outros temas que rolam na semana. Blog muito bom de ler e principalmente de Ver...

O título “Faz Caber” é uma brincadeira com uma frase comum em redações, quando um texto excede o espaço da página. Nosso blog traz os bastidores do processo de produção da revista e dicas que podem interessar a quem, como nós, não fica satisfeito com página feia.

O link.

Abs

CampuParty e REMIX

Olá,
Já há mais tempo queria dar a dica para acompanhar um projeto interessante chamado REMIXANDO. Aproveitem e dêem uma olhada no material produzido para acompanhar o Campus Party, reunião dos super interessados em tecnologia, games, internet, vídeos etc etc.

Clique.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

EXCLUSÃO DIGITAL

A todo instante deparamo-nos com o avanço das novas tecnologias. A Internet, um exemplo mais atual desse avanço, tomou conta de todos os processos relacionais do ser humano. Pela facilidade na comunicação e informação, o homem moderno acabou por se acomodar diante a essas inovações. É bem mais fácil utilizar a Internet para comunicar-se com um amigo de longe ou ter acesso a obras que não encontra na cidade onde mora do que ter que se locomover em busca do que se deseja.
Mas, infelizmente grande parcela de pessoas no mundo todo não tem acesso a esse tipo de tecnologia e são considerados atrasados intelectualmente perante as facilidades da web. Segundo Ferreira “a Internet permite uma relação local-global muito mais próxima e mais constante, mas condicionada pelos aspectos socioculturais dos contextos em que se insere e dos sujeitos que a utilizam.” Ou seja, nem todas as camadas sociais têm oportunidade de fazer parte desse meio capaz de aproximar tudo o que antes se considerava distante demais.
O processo de implantação de Internet para todos é quase impossível pelos custos que exige. Além do investimento em computadores e acesso a rede há uma despesa anual com manutenção e pessoal especializado. É por isso que até hoje não houve um projeto que se tornasse extremamente satisfatório perante aos milhões de exclusos do universo digital. Mas, é claro que num processo um pouco lento, todas as comunidades estão tendo essa oportunidade, inclusive nas menos desenvolvidas.
Esse difícil acesso pode provocar uma má formação de quem está sendo alfabetizado fora do meio digital, pois está provado que a educação e a Internet quando andam juntas promovem um sucesso maior no ensino. Um exemplo disso é o projeto implantado agora no Brasil de um computador por pessoa, onde já se percebe um avanço na educação das crianças que puderam ter um contato mais próximo com o computador.
Sendo assim, é notável que as novas tecnologias são indispensáveis na vida do homem moderno, tanto nas comunicações, no universo empresarial, na educação, etc. Mas ainda estamos longe de ter uma igualdade de acesso e utilização desses recursos.


Priscila Devens

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Comunicação & saúde - 10/4

A Revista Eletrônica de Comunicação, Informação e Inovação em Saúde (Reciis), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), comunica que o recebimento de trabalhos para o terceiro número da revista irá até o dia 10 de abril de 2008.

Os trabalhos podem ser enviados em português e inglês para as seções de Artigos Originais, Pesquisas em Andamento, Avanços Tecnológicos, Artigos de Revisão e Ensaios.

Para conhecer as normas de publicação e a forma de envio acesse o site.

REBEJ abre chamada de trabalhos

A Revista Brasileira de Ensino de Jornalismo (REBEJ), periódico do Fórum Nacional de Professores de Jornalismo (FNPJ), abre a chamada de trabalhos para o terceiro número da publicação, que visa ser um espaço para a reflexão e troca de experiências na docência de graduação em jornalismo. O prazo final para envio é 10 de março de 2008.

Categorias: Artigos, Comunicações, Recensões e Notícias.

Para informações completas, clique aqui.

Nassif desnuda VEJA


Vale a pena ler a série de Luis Nassif, no qual o jornalista que define o tipo de jornalismo praticado atualmente pela revista Veja. Nassif explica o funcionamento do que ele chama de "jornalismo esgoto". Acesse a página e leia!

Revista Ciências & Cognição

A revista eletrônica Ciências & Cognição (www.cienciasecognicao.org)está recebendo trabalhos até o dia 29 de fevereiro de 2008 para seu 13o. volume.

Cien. & Cogn. é uma publicação quadrimestral, avaliada pela QUALIS (A, Nacional, em Educação; C, Nacional, em Saúde Coletiva; A, Local, em Filosofia, Teologia; e C, Local, Multidisplinar.)

Está indexada aos Bancos de dados internacionais: LATINDEX, DOAJ, Dialnet, Clacso, UNC, E-jounals.org, AERA SIG e SCIRUS.

Está indexada aos Bancos de dados nacionais: Periódicos Capes(multidisciplinar, saúde coletiva, filosofia, sociologia, psicologia e educação), SIBINet, BVE (Cognição, psicologia e educação, revistas de educação), CanalCiência (Ibict), Livre (Ciência da
Computação, Filosofia, Psicologia, Neurofisiologia, Neuropsicofarmacologia, Lingüística), CCB-PSI e Biblioteca Virtual.

As normas para publicação encontram-se disponíveis em formato pdf e doc nos seguintes endereços, respectivamente:
http://www.cienciasecognicao.org/pdf/norm.pdf ou
http://www.cienciasecognicao.org/modelos/norm.doc

Os artigos recebidos após a data limite serão avaliados para as edições seguintes, conforme as datas limite abaixo:
* 16 de fevereiro para o volume de Julho (lançamento em 31/03); [Exceção em 2008]
* 16 de junho para o volume de Julho (lançamento em 31/07);
* 16 de outubro para o volume de Novembro (lançamento em 30/11).

São aceitos os seguintes formatos para publicação:
* Artigos Científicos
* Artigos Revisionais (Revisões Críticas)
* Ensaios Acadêmicos
* Resenhas
* Artigos de Divulgação Científica

Maiores informações:
Ciências & Cognição
Revista científica eletrônica
ISSN 1806-5821
www.cienciasecognicao.org
revista@cienciasecognicao.org